Tua face é milenar Em cada traço há um vestígio De tempos passados; Em cada linha vê-se um quê de melancolia. Tua nostalgia é branda, É ira amenizada, que paira em tua boca. O rosto que descansa, monumental A mandíbula serena envolve o lábio furioso, Que se projeta, equivocado, Perante o nariz impetuoso. As órbitas … Continue lendo Resquício pitoresco
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Reescrita do designado (maktub)
Tua suposta fleuma Me lança há tantas milhas Quanto as que em prática nos distanciam. Teu olhar, Quando adjacente ao meu, Faz questão de dar as costas à qualquer rastro de relance que me alcance. Quaisquer palavras que entôo e te direciono soam como música de elevador à tua audição Você as lê, como se desprovidas … Continue lendo Reescrita do designado (maktub)
Insônia madastra do sono
Travesseiro, companheiro é sossego, é descanso ombro amigo e desespero cama é um abraço com a solidão entende a lágrima, é leito derradeiro o lençol que abraça, que protege mas que queima de calor, que descobre, que sufoca e asfixia o escuro é a carícia é um beijo doce nas pálpebras, mas é o medo … Continue lendo Insônia madastra do sono
Bastardos, corvos e muralhas ao inverno
Tu me ceifaste, tão vorazmente, Como em cada corpo que tu extrai vida, Mas ao invés da tua lâmina fria, Tu me perfura com a aurora que é gélida, mas que me aquece. Teu olhar é vago, sempre distante: Mesmo frente à frente, É como se oceanos separassem nossa íris, E é neles que eu … Continue lendo Bastardos, corvos e muralhas ao inverno
Serena cigana
Minhas entranhas são fronteiras místicas E meu elo de cigana está submerso na doce lisergia, que de tão minha, soa como a névoa e o orvalho que circundam os meus olhos, assim como as interrogações que me preenchem. Minha inconsciência, de tão constante, Já se tornou minha inquilina e coabita junto à mim a terra … Continue lendo Serena cigana
Auto(des)conhecimento
Só em casa, em casa só mais fora do lugar do que a orelha de Van Gogh Ponto fora da curva, poço sem fundo Entulho de melancolia, lucidez em falta Encarcerada no próprio eu, que desconheço insanidade em demasia sem teto, sem mundo, ao léu apenas inerte na minha torrente saudosista prestes a embarcar na … Continue lendo Auto(des)conhecimento
Ao Paul McCartney
Todos os dias antes de dormir, a solidão me consome. É destruidor saber que a pessoa que eu amo, não tem conhecimento disso. É desestimulante saber que ela não sabe e provavelmente nunca terá conhecimento desse sentimento tão adorável e, ao mesmo tempo tão traiçoeiro. O amor. Dói saber que quem eu amo nunca me … Continue lendo Ao Paul McCartney
Poesia da apropriação
Tu queres fazer Do meu corpo Tua senzala E trancafiar-me Com tuas eugenias Tão imundas Quanto tua mente suja E o meu quilombo É a minha ideologia É a irmandade que me guia É canção É capoeira Que tu transparece Como se fosse navio negreiro Mas de ti não preciso Nem da tua aprovação Não … Continue lendo Poesia da apropriação
Sobre a simetria entre a nostalgia e a saudade
Mas por que será que o meu elo torna o meu ser cada vez mais saudosista? A lembrança é o que me resta, imersa num timbre melancólico. O flashback, a falta, o apego. E as lágrimas que são como as ondas à beira - mar: vêm, mas não têm força pra levar embora. Um segundo, … Continue lendo Sobre a simetria entre a nostalgia e a saudade
Sobre o peso e a leveza
Levito, Logo existo. Prometo, me perco, Esqueço. Se o tudo me cabe aos ombros, Sinto o peso do vazio E me dou conta de que o mundo é um barril. Me desfaço Disfarço Livro-me dos escombros Para me ver livre de mim E experimento a leveza Em um vazio não repleto de quilos Mas de … Continue lendo Sobre o peso e a leveza